terça-feira, 21 de junho de 2011

A inovação entre as gôndolas

Presidente da Associação Paulista de Supermercados afirma que o índice de vendas de cada empresa deve sinalizar o momento de investir em inovação


O setor de supermercados é um dos mais presentes na vida dos consumidores e onde ele consegue observar as inovações com maior rapidez, quase em tempo real. Segundo informação da Associação Paulista de Supermercados, em 2010 o setor faturou cerca de R$ 61,3 bilhões, o equivalente a 30,4% do volume nacional. No Brasil são cerca de 81.128 lojas, que geram cerca de 920 mil empregos diretos.
O presidente da APAS, João Galassi, respondeu a Pequenas Empresas & Grandes Negócios algumas perguntas sobre a inovação nesse segmento.

1) Quais medidas os estabelecimentos do segmentos tomam para se atualizar com as necessidades do consumidor?
As empresas de supermercados têm um dinamismo próprio para estar em sintonia com o consumidor. Geralmente têm seus próprios meios de comunicação com seus clientes e recebem muito feedback. Por outro lado, buscam informações na mídia especializada, como a revista SuperVarejo, e recebem informações da APAS, que contrata pesquisas das principais empresas desse setor. Além de divulgar na SuperVarejo, a APAS disponibiliza esses estudos no Portal APAS e todos têm acesso. A APAS 2011 teve como tema “Inovação: simplificando a vida do consumidor” também como forma de promover o debate em torno dessa necessidade.

2) Há alguma mudança na postura do consumidor que requer inovação? O que antes o consumidor pedia e hoje não pede mais? E o que hoje ele pede e antes não pedia?
O consumidor demanda inovação a todo instante, pois a acirrada concorrência faz com que ele seja valorizado cada dia mais e essa consciência de seu papel de protagonista do varejo ele manifesta claramente nas exigências que faz. A pesquisa Tendência do Varejo que anualmente a APAS apresenta, aponta algumas coisas que passaram a ser incorporadas como naturais, como a loja limpa, a qualidade, o frescor dos produtos e o atendimento. O que o consumidor mais demanda hoje é um mix variado de produtos, ou seja, ele está disposto a experimentar produtos e serviços novos.

3) Como o setor de supermercados mantém o contato com o consumidor para entender quando é necessário uma postura inovadora? Que tipos de sinais o cliente dá nesse sentido?
Estudos e pesquisas exclusivas das empresas de supermercados apontam essa demanda, mas também a concorrência sinaliza a todo instante o que cada investidor deverá fazer para se manter vivo no mercado. O índice de vendas de cada empresa é um sinalizador de que momento deve-se investir em inovação.

4) Em relação ao mercado, que postura o segmento dos supermercados deve assumir para não ficar para trás?
Estar atento às mudanças do mercado, do padrão de comportamento dos consumidores em geral e dos seus clientes em particular e buscar informações em fontes corretas, além de aprimorar sua tecnologia, a fim de ter disponíveis, a qualquer momento, relatórios confiáveis que vão auxiliar a gestão do negócio.

5) Em relação ao layout dos estabelecimentos, há alguma tendência que busca atender melhor o cliente? Se sim, qual é ela?
O layout é uma característica particular de cada empresa, mas o que se pode apontar como tendência é a loja de proximidade, ou seja, as empresas buscam cada vez mais entender o seu consumidor e passam a oferecer produtos e serviços que vão proporcionar a ele o atendimento de suas necessidades cotidianas, não tendo de se deslocar para distâncias maiores para se abastecer. Com essa orientação, é possível ter um mix de produtos ajustado para as necessidades de uma vila, um bairro, uma vizinhança em um pequeno espaço, inclusive com baixo custo operacional.


6) Em termos de produtos oferecidos, a gama mudou nos últimos tempos? Existe uma tendência para os próximos anos?
De um modo geral, a indústria de produtos de largo consumo lança todo ano no Brasil, conforme levantamento da Nielsen, algo próximo de 18 mil itens – e 14 mil itens saem de linha. Na prática, cerca de quatro mil novos itens entram nos supermercados a cada ano. Por isso a necessidade de segmentar e conhecer o público que vai atender, para oferecer o que ele está disposto a comprar.

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